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Entrevista: Hugo Maia - Antena1

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    ADMIN
  • há 2 dias
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À conversa com a Antena 1, Hugo Maia revela como o Alcoitão recuperou a sua cultura vencedora, celebrando uma Supertaça que simboliza muito mais do que um troféu: marca o renascer de uma equipa e de uma comunidade.


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Entrevista Hugo Maia - Antena1


Alcoitão regressa ao topo: a supertaça que confirma uma cultura vencedora

Três décadas depois da última conquista, o Grupo Desportivo de Deficientes de Alcoitão volta a erguer a Supertaça de Basquetebol em Cadeira de Rodas. No Palácio dos Desportos, em Torres Novas, a equipa venceu de forma convincente a Associação Portuguesa de Deficientes de Braga por 57-36, num jogo que não deixou margem para dúvidas: Alcoitão está de volta ao patamar mais alto do desporto adaptado nacional.


Para Hugo Maia, capitão da equipa e também capitão da Seleção Nacional, o troféu representa muito mais do que uma vitória. É a confirmação do trabalho de reconstrução que o clube tem feito, sobretudo após o período difícil que atravessou durante a pandemia. “Esta supertaça acaba por ser uma afirmação do nosso crescimento, da força e da determinação com que esta equipa está a competir”, sublinha.



Uma geração formada em casa

Grande parte desta nova vitalidade deve-se à aposta na formação. Confrontado com a necessidade de renovar o plantel nos últimos anos, o clube viu emergir jovens talentos que hoje são peças-chave. André Gomes, Afonso Tavares — eleito MVP da final — e Lassana Indjai são exemplos do sucesso desta estratégia. Formados no clube, representam agora o núcleo duro de uma equipa que voltou a saber ganhar.


“Desenvolveram-se de uma forma brutal e hoje são os protagonistas principais destas conquistas”, realça Hugo Maia, orgulhoso do caminho percorrido.



A herança de Alcoitão: cultura vencedora que resiste ao tempo

A história do basquetebol em cadeira de rodas em Alcoitão começa nos anos 70, no Centro de Medicina e Reabilitação. Desses primeiros tempos ficou uma marca indelével: o espírito vencedor. Entre títulos de campeonato, taças e supertaças, o clube dominou as primeiras competições oficiais em Portugal. Depois, o brilho esmoreceu — mas nunca desapareceu totalmente.


Agora, com o regresso às conquistas, renasce também a vontade de restabelecer a ligação ao Centro de Reabilitação, um passo que Hugo Maia acredita poder concretizar-se já a curto prazo. “É vital trabalharmos com potenciais atletas desde o início”, afirma, apontando esta parceria como estratégica para a continuidade e crescimento da modalidade.



Precisam-se infraestruturas E apoios

Embora o projeto esteja a crescer, os desafios permanecem significativos — um deles, as infraestruturas. Em Cascais, a equipa enfrenta há anos a falta de pavilhões com medidas oficiais, condição essencial para treinar ao nível competitivo que um clube de topo exige. A situação tem melhorado graças ao diálogo com a autarquia, mas o capitão admite que ainda há caminho a percorrer.


A questão dos apoios privados é outro obstáculo. O desporto adaptado continua a ter menos visibilidade e, consequentemente, menor acesso a patrocínios. O apoio municipal tem sido fundamental, mas poderá tornar-se insuficiente face à ambição crescente do clube, que quer, por exemplo, reativar a secção de atletismo adaptado.



Um convite aberto à comunidade

Apesar das dificuldades, o entusiasmo é evidente. Hugo Maia deixa um apelo claro: que mais pessoas conheçam a modalidade, assistam aos jogos e, quem sabe, se juntem à equipa. “É um espetáculo brutal, pela espectacularidade e pela dinâmica”, descreve. No site do clube está disponível o calendário de jogos e horários de treino, e o convite estende-se a todos — jovens ou adultos, com deficiência ou mobilidade condicionada — que queiram experimentar o impacto transformador do desporto adaptado.


A vitória da Supertaça é, assim, mais do que um troféu. É o símbolo de um renascimento. De uma cultura de ambição recuperada. E da mensagem que Alcoitão volta a gritar ao país: o basquetebol em cadeira de rodas está vivo, forte e pronto para voar mais alto.

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